segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Descobrimento do Brasil


O Descobrimento do Brasil

Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral desembarcou nas areias faiscantes de Porto Seguro. Surgia o Brasil.

Os Pintores de Nassau

As evidências de que o conde João Maurício de Nassau era um príncipe renascentista que se materializou no Brasil do século XVII estão preservadas no amplo legado artístico e cultural produzido ao longo de sua permanência de sete anos no país. Ao desembarcar em Recife, Nassau trouxe em sua comitiva 46 artistas, cientistas, artífices e sábios. Deslumbrado com o viço e o vigor da natureza tropical, encarregou seus protegidos a catalogar, pintar, estudar e preservar plantas e animais do Brasil. Transformou o abacaxi e o caju em símbolos desse ‘’belo país do Brasil, que não tem igual sobre o céu’’. Tanto quanto a obra artística feita sob seu mecenato, destaca-se também o trabalho científico realizado em menos de uma década.

Não foi exatamente como se Rembrandt ou Rubens tivessem desembarcado nos trópicos. Mas foi quase. Seis pintores faziam parte da comitiva que Maurício de Nassau trouxe para Recife. Todos tinham casa e comida, salário fixo e muito trabalho pela frente: seriam os primeiros pintores a registrar a exuberante natureza do Novo Mundo. A obra e mesmo o nome de um deles se perderam na história. Pierre de Gondreville produziu pouco e Cornelis Golijath era mais cartógrafo do que propriamente um artista. Zacharias Wagener, mero soldado raso a serviço da Cia. Das Índias Ocidentais, não constava da lista oficial. Mas, desde sua chegada no Brasil, em 1634, esse alemão de Dresden demonstrou muita habilidade e um interesse permanente pela natureza. Promovido a ‘’dispenseiro-escrevente’’ e a escravidão particular de Nassau, Wagener, simples ‘’pintor de domingo’’, acabou produzindo centenas de aquarelas e litogravuras dos animais brasileiros. Ao retornar para a Europa, em 1643, levava consigo os originais do ‘’Thierbuch’’, ou Livro dos Animais, uma espécie de versão popular da História Naturalis Brasilae, de Marcgraf. Mais do que isso: a obra de Wagener teve grande influência sobre Albert Eckhout. E, junto com Frans Post, Eckhout foi um gênio da arte do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário