Dois caciques. dois destinos. O xavante Juruna e o txucarramãe Raoni são os dois índios mais conhecidos do Brasil. De certa forma, vivem vidas opostas, embora ambos tenham recorrido ao mundo dos brancos para resolver os problemas de suas tribos. Mário Juruna , filho do cacique xavante Apoenã, nasceu na aldeia próxima a Barra do Garças (MT) em 1942, vindo a falecer no dia 18 de julho de 2002, aos 58 anos de idade. Seis anos depois, sua tribo foi contatada pela primeira vez, pela expedição do sertanista Chico Meirelles. Dez anos mais tarde, em 1959, Juruna resolveu deixar a aldeia e conhecer de perto a vida dos brancos. Trabalhou em fazendas, viajou de carona, passou fome e, anos depois, voltou pra casa. Não ficou muito tempo lá: na década de 70, passou a percorrer os gabinetes da Funai, em Brasília, lutando pela demarcação da terra xavante. Foi então que se tornou famoso: jamais era visto sem seu gravador, "pra registrar tudo o que o branco diz" . Em 1981, Juruna foi eleito deputado federal pelo PDT. Findo o mandato, e abandonado pela tribo, ficou na miséria, em Brasília.
Raoni também perdeu uma eleição: foi destituído do cargo de cacique dos caiapós- txucarramães por Tutu Pompo. Perdeu em casa, mas ganhou o mundo. Acompanhando o cantor Sting, Raoni percorreu o planeta, foi recebido por alguns dos mais poderosos políticos do planeta e conseguiu atenção e dinheiro para a causa indígena no Xingu e na Amazônia. Raoni nasceu em 1942. Ficou famoso em 1976, quando o francês Jean-Pierre Dieleux dirigiu um documentário sobre sua vida. Raoni encarna o mito do bom selvagem.
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